Pesquisar este blog

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DO RIACHO A GROAÍRAS AINDA HÁ MUITO O QUE SE CONTAR!

Recentemente participei de um programa de TV, Riquezas do Ceará, que foi exibido pela TV Cidade, afiliada da TV RECORD em nosso Estado. Naquela oportunidade falei um pouco sobre a história local e o que me restou foi uma série de indagações, perturbações quanto ao estudo da história de Groaíras que, não tenho dúvida, precisa ser revisitada, esmiuçada dado a uma série de fatos bem interessantes. Dentre fatos que precisam ser estudados há muitos ligados ao prédio da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a própria história da Igreja Católica em nossa cidade. Percebam que a forma de ocupação de nosso território se deu com a "chegada dos portugueses" (Lourenço Guimarães) e a construção da Capela em homenagem a Nossa Senhora do Rosário. A história se repete, se considerarmos a chegada de Cabral e a celelbração da primeira missa em solo brasileiro. Isso porque as primeiras leis vigentes em território brasileiro foram as leis da Igreja. Estas diziam que as terras desconhecidas eram profanas e o processo de tomada de posse das mesmas se dava com a afixação da cruz no solo ou construção da Capela. Aí tá o fundamento da minha colocação: a história de nossa cidade está intimamente ligada à história da Igreja Católica e, sabe-se, a Capela do Riacho do Guimarães serviu muitas vezes ao Curato do Acaraú, inclusive foi sua cede em determinado momento histórico. Partindo dessa premissa, muitas perguntas carecem de respostas concretas para que possamos entender a riqueza cultural de nossa cidade. Vejamos: sabe-se que muitas pessoas foram enterradas nos entornos da Capela do Riacho do Guimarães (Groaíras). Recentemente vi no face, espaço de uma infinidade de publicações sem muito crédito, uma criança groairense frequentadora assídua da igreja Católica, publicou imagens de ossos humanos. Indaguei o mesmo sobre o local onde foram encontrados e ele falou que foram nas escavações para a construção de uma quadra nos fundos do atual prédio da igreja. Estranhamente ele removeu a foto e veio me pedir para não tocar no assunto. Achei estranho, mas deduzi sobre a possibilidade de alguma orientação no sentido de evitar fazer daquela obra local de estudos arqueológicos. Optei por respeitar o pedido do pequeno amigo, todavia a curiosidade me consumia. Recentemte, na inaguração de um restaurante nas proximidades da Igreja Católica, a cerca de 100 (cem) metros do prédio, siatuado na Rua Pe. Mororó, nº 100, em bate-papo com o mestre construtor do restaurante acabei mais uma vez por me surpreender com a informação que recebi. O mestre de obras disse ter encontrado um túmulo nos fundos do prédio e, por respeito e a pedido do Pe. Tomé, pároco de Groaíras na ocasião, o deixou intacto. Falou-me ainda que o pai dele, também mestre de obras, já não mais em atividade, trabalhou em obra na igreja quando do paroquiato do Monsenhor Raimundo Cleano. Em uma escavação encontrou restos mortais com uma bala encravada na costela, na altura do coração. O padre então aconselhou fechar imediatamente a sepultura. E aí, onde estão os registros desses enterros? Eles existem, podem ter certeza, e, é muito provável, estão nos arquivos de nossa Diocese e do Museu Dom José. Acreditem, se passarmos a nos preocupar com nossa história, Groaíras virará um sítio arqueológico cujas investigações podem trazer dados importantíssimos à explicação da ocupação deste pedaço do interior cearense ao mesmo tempo em que lágrimas rolarão por não darmos o devido cuidado ao nosso patrimônio histórico. Explico o fato pelas diversas reformas que o prédio da Igreja Católica sofreu. Na maior intervenção, no período do paroquiato do Pe. Tomé, duas colunas que ornavam o altar foram removidas. Numa delas foram encontrados castiçais de madeira que são uma pista da presença de judeus em nosso território. Onde eles estão? Isso é assunto para muitas outras conversas.