Recentemente a imprensa cearense vem noticiando a Ação do Ministério Público Estadual no combate a corrupção que assola as administrações públicas no Ceará. Essa iniciativa, ainda que tardia, é muito bem-vinda e seus resultados causam um efeito paradoxo: temor nos políticos acostumados com as práticas ainda correntes no trato com a coisa pública e a sensação de que a justiça realmente começa a dar resultados ante o clamor social advindo da descrença na primazia do interesse coletivo e na probidade na gestão de recursos públicos. O resultado imediato da Ação do Ministério Público Estadual é a decretação de prisão de alguns gestores e ex-gestores públicos em Senador Pompeu, Santana do Acaraú, Tianguá, etc. Me considero feliz em parte, pois em Groaíras, pequeno município da Região Noroeste do Estado do Ceará, mais precisamente na gestão de 2005-2008, nos últimos seis meses de mandato não houve se quer um balancete de prestação de contas. Melhor esclarecendo: movimentaram um orçamento superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões de Reais) de recursos públicos e não houve prestação de contas de nenhum centavo. Será que houve fraude em licitações? Se não houve prestação de contas, imagine licitações! Então, onde estava o Ministério Público Estadual? Por quê não fez nada sobre o caso que foi denunciado pela gestão seguinte? Pelo que saiba, o caso é mais antigo do que o atual escândalo do esquema do empresário Moraisinho e que levou a decretação de prisão de 30 pessoas em Senador Pompeu. Sobre este caso, cabe ressaltar que Groaíras está relacionada dentre os 68 municípios a serem investigados por envolvimento com empresas do esquema citado no período de 2005-2008. Essa informação foi colhida do jornal O POVO dias dias 25 e 26 de junho deste ano de 2011. O pior é que em Groaíras há quem acredite, defenda e elogie esse espetáculo escancarado de corrupção materialmente confirmado. Há até quem lamente porque não está com o "burrinho na sombra"! Pena que o Ministério Público Estadual ainda nada fez com relação a este caso. Todavia ainda vejo com bons olhos as ações que estão se concretizando no combate a corrupção em diversos setores sociais. Vamos ver no que vai dar!
Há uma frase que diz assim: “A ocasião faz o ladrão”. Mas qual semelhança com corrupção pública? Está numa característica do homem de se descaminhar para algo proibido. E quando esse algo traz “benefícios” aí sim pesará mais em favor da escolha ruim. Só teremos mudanças quando houve realmente punições e controles ativos.
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