O
toque da sineta anunciou a abertura do portal. Já não era só presente. Passado,
presente e futuro se alinham construindo um complexo de sensações e realizações
numa relação dialética positiva. A certeza era que de o todo não se resumiria a
um momento singular.
A
locução do texto sucede a sineta ou com ela se alinha, pois trata dela, da sua
função de anunciar o início dos trabalhos no espaço privilegiado de formação
cidadã que era, o então Centro Educacional Padre Mororó.
A
escola física já não existe. Restou o salão que a Academia Groairense de Letras
– AGL transformou no ambiente que muito bem poderia ser intitulado o “Salão dos
Reencontros”. Restaram as relações interpessoais. Apesar de desgastadas pelo
tempo, pelas distâncias, pelos afazeres domésticos, pela labuta diária, pelas
escolhas e caminhos que a vida conduz, foram reavivadas, reforçadas. O mérito
destes coube à AGL. Foi ela quem reforçou os “laços espirituais”, o resgate de
memórias, a reconstrução daquilo que nunca findou, apenas estava adormecido.
A
locutora principiou o hino “Estudante do Brasil, a tua missão é a maior
missão...” e o coro se formou. Foi emocionante! Sem ensaio os atos ocorriam e
os encontros e reencontros eram inevitáveis. Momentos de fortes emoções,
lembrança de tempos que já não voltam mais, salvo o prazer do reviver e ainda
poder festejar com os seus, com aqueles que aqui ainda estão.
A
festa seguiu. Nela alguns rostos conhecidos de gente de outrora e não mais pelos
de agora. A cidade se fez novamente atrativa nessa reconstrução de relações
rompidas pelas necessidades do tempo de cada um. O que se viu foram abraços
acalorados e o deleite do reencontro, tudo devidamente documentado nas redes
sociais dos homenageados.
No
segundo aniversário da Academia Groairense de Letras a homenagem foi para os
alunos do Centro Educacional Pe. Mororó que concluíram seus estudos na década
de 80. Todavia, a festa, como ocorrera no primeiro aniversário da agremiação
literária groairense, superou as expectativas, foi simplesmente grandiosa, um
ganho coletivo de uma nova história de velhas histórias revisitadas, resgatadas
pela Academia Groairense de Letras.
Augusto
Martins Melo, 28/02/2020.
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